quinta-feira, 27 de maio de 2010

O senhor velhinho...!



Eu estava esperando alguém, quando o avistei...Fiquei hipnotizada, vi um senhor idoso, ele mancava um pouco ao caminhar, segurava uma sacola dourada, fiquei extremamente curiosa para saber o que teria ali dentro, seus cabelos eram de um branco tão brilhante e um pouco compridos...Ele sentou próximo de mim, eu não consegui tirar os olhos dele e eu acho que ele nem percebeu isso...Ele me lembrou algumas figuras, dentre as quais: o papai noel pelo aspecto de bom velhinho, algum escritor solitário e feliz no fim da carreira tal como o Ernest Hemingway...fiquei perplexa tentando adivinhar a vida daquele velhinho.
Mas o que mais chamou a atenção, era o modo que estava sentado, um misto de desconforto com paz, antíteses em uma só pessoa. Afinal de contas, o que faria um velhinho daqueles no ambiente que estávamos que é frequentado só por jovens?!...Gostei da paz que ele me transmitiu, era uma paz gritante e libertadora, tão forte consegui senti-la...eu desejei ir até ele e olhar em seus olhos, bem profundamente, sem dizer nada, mas não fiz, as normas normais de convivência da sociedade me fizeram ficar ali só de longe olhando e sentindo aquele homem e todo sentimento que transbordava pelo seu ser...!
Devo ter permanecido uns 25 minutos só observando aquele velhinho, então decidi ir embora, mas não sem antes de me despedir dele mentalmente com todas as honras que ele mereceu por tanta nobreza de sentimentos que me remeteu tão profundamente!...
Eu disse a ele mentalmente: Adeus senhor velhinho, gostei muito do senhor, nunca mais iremos nos ver nesta vida, adeus!...
E fui embora...certo momento até olhei para trás, mas não o avistei mais...!

Juliana Gonçalves dos Santos

2 comentários:

  1. "normas normais de convivência da sociedade" ... esta sua frase diz muito, nos causam cãimbras, que nos impede de agir em certos momentos, né! Que pena!

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  2. Não sei se são as normas de convivência ou o modo como as internalizei: às vezes também me dá vontade de falar com algum desconhecido, mas a voz não sai da boca, na cabeça não surge nenhum assunto...

    Velhinhos geralmente não tem essa limitação: falam com quem se sentar ao seu lado, basta perceberem um pouco de interesse. Você devia ter se sentado ao lado dele.

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